Costuma-se dar o nome de amor verdadeiro a um sentimento muito forte de afeto entre duas pessoas. Esse sentimento é tão intenso que é capaz de unir essas duas pessoas sob quaisquer circunstâncias, mesmo diante das maiores dificuldades e provações.
Talvez o exemplo mais clássico de amor verdadeiro seja o romance vivido entre os personagens Romeu e Julieta, da famosa tragédia de William Shakespeare. O amor entre os dois jovens é tão intenso que é capaz de resistir a todos os impedimentos criados por suas famílias.
Existem muitas definições possíveis para amor verdadeiro, e podemos até duvidar se ele realmente existe ou se não seria apenas uma criação literária. Muitos pensadores e poetas, desde a Antiguidade, vêm tentando definir o amor, e os resultados são bastante variados.
Para o poeta grego Hesíodo, que viveu no século VIII a.C., o amor é uma força que move as coisas, sendo capaz de uni-las e mantê-las juntas. Já para o filósofo Platão (428-348 a.C.), o amor é caracterizado pelo sentimento de falta ou pelo desejo de ter o que não se possui. Assim, podemos dizer que, de acordo com a definição platônica, está na base do amor verdadeiro a ideia de incompletude, cabendo à pessoa amada preencher esse espaço vazio.
O filósofo francês René Descartes (1596-1650), um dos maiores nomes do Iluminismo, define o amor como uma emoção da alma que nos leva a uma união voluntária com quem nos faz bem. Quando existe essa união, diz Descartes, somos invadidos por um forte sentimento de benevolência em relação à pessoa amada – e essa pode ser apontado como uma das características do amor verdadeiro.
O filósofo alemão Leibniz (1646-1716) diz que só há amor verdadeiro quando se busca o prazer na satisfação e na felicidade da pessoa que amamos. No amor sincero ou verdadeiro, nossa felicidade está vinculada à felicidade da pessoa amada. Quando ela sofre, sofremos também. O amor puro não é interesseiro. Não há ganhos apenas para um lado. Os dois lados da relação compartilham da mesma felicidade.